quinta-feira, 23 de julho de 2009

Qual a Sua Imagem?



Imagine-se chegando a uma igreja e encontrando um sujeito de barba por fazer, cabelos compridos, brincos no nariz e nas orelhas, calça jeans rasgada, tênis sujo furado no dedão e fumando cachimbo. Mais, pregando do púlpito. Você pensaria: “ESTOU NO LUGAR ERRADO!”. Será aqui uma igreja de verdade? A aparência manda e muito. A conveniência faz a ocasião, assim eu não vou à praia de calça comprida nem de sapato social. Também não devo ir à missa com roupas de carnaval. Se quero jogar no Cruzeiro, obviamente não vou chegar lá vestindo uma camisa do Atlético. Para ser um soldado do Exército tenho que ir vestido adequadamente e não com um uniforme da Marinha.

Não se pode vender Coca Cola numa garrafa com um rótulo de Fanta. A boa aparência e os bons costumes me levam a vestir adequadamente conforme a ocasião. Desta forma, ir a igreja exige respeito na apresentação, pois o objetivo é reverenciar a Deus e não fazer turismo religioso. A razão de minha estada ali é prestar culto e para isto devo me apresentar adequadamente e não relaxadamente como muitos hoje fazem.

O problema é que para Deus qualquer desculpa serve, e nesta direção a aparência e a roupa pouco importa, vale a intenção, dizem muitos Pastores. O problema é que se este mesmo Pastor for a uma reunião com o Prefeito de sua cidade, obviamente que ele não irá de chinelos e bermuda. O contraste está ai, para Deus bermuda; para os meus interesses terno e gravata. Falta sinceridade, mas acima de tudo falta coragem para que nossos líderes combatam este tipo de comportamento que permeia os meios religiosos hoje fazendo de nossas igrejas verdadeiros clubes de lazer e entretenimento. A questão é que pequenos detalhes fazem enormes diferenças, assim com a liberação geral que tomou conta dos meios religiosos, como diz a música – “COM QUE ROUPA EU VOU?” – não faz a menor diferença.

Se vê de tudo, de boné do clube do coração, passando por camiseta do filme “TROPA DE ELITE”, o que importa mesmo é deixar a turma curtir a vida no embalo dos modelos impostos pelo mundo. Chama-me a atenção a importação desenfreada de modelos criados no mundo para dentro de nossos arraiais, e aí vale tudo: Música, Teatro, Dança, etc. O tal gênero “GOSPEL” enraizou de tal forma que hoje qualquer um, em qualquer lugar e de qualquer denominação se identifica com a tal linha musical. Ninguém se preocupa em informar-se sobre as origens, o importante é o sucesso e a garantia do espetáculo. Só um exemplo, a “Street Dance” que muitas igrejas estão inclusive promovendo seminários e simpósios, tem a sua origem nos protestos nos Estados Unidos. Os primeiros dançarinos (Breakdancers e B. Boys) protestavam contra a guerra do Vietnã através da teatralidade de cada passo, que representava uma violência física ao soldado, um dano causado, ou demonstrava seus ferimentos. Ele foi entendido como falso patriotismo americano, pois os movimentos e estilos seriam derivados do FUNK, desenvolvendo-se em outros estilos e modalidades, nas situações vividas por seus criadores. Define-se o “STREET DANCE” como uma terminologia geral dividida em vários estilos e modalidades.

Comparando-se: o Balé (como terminologia geral) seria o que agrega os estilos/modalidades chamados de Neoclássico, Repertório, Moderno, etc. Os responsáveis pela “importação” do Street Dance para o Brasil trouxeram-no dos EUA, onde lá aprendiam a dançar em pistas de grandes casas noturnas, nos bairros de maior concentração de brasileiros. Entre os anos 70 e 80, a dança sai do meio mais abastado para o resto do País. O triunfo devolve o Break à rua, seu lugar de origem. Do interior da Bahia, onde se torna estrela, mais tarde chega a Brasília (hoje grande centro do Hip Hop nacional) e vai ainda para São Paulo e Rio de Janeiro onde alcança o auge do sucesso.

A chamada cultura Hip Hop caracteriza-se como um veículo de informação de questões raciais, sociais e políticas, debates que estiveram sempre presentes na história do povo que a originou nos Estados Unidos da América. As primeiras manifestações surgiram na época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando os músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram desempregados e foram para as ruas fazer seus shows e protestos.

Em 1967, o cantor James Brown lançou essa dança através do Funk. O Break, uma das vertentes do “Street Dance”, explodiu nos EUA em 1981 e se expandiu mundialmente, sendo que, no Brasil, devido à sua cultura, os dançarinos incorporaram novos elementos de dança levando o ritmo para dentro das igrejas.

É, no mínimo, incoerente uma igreja evangélica incentivar ou aceitar tais práticas em seus templos dado apenas às suas origens. Em hipótese alguma se trata de algo oriundo de manifestações de fé ou de culto a Deus, pelo contrário, a história mostra que este estilo de dança era usado para manifestações políticas de revolta contra ações de repressão contra minorias. Precisamos ter muito cuidado com o que estamos importando para dentro de nossos templos, pois a pirataria religiosa não tem escrúpulos e com certeza ao menor sinal de vacilo, vai armar suas barracas dentre de nossas igrejas com culturas e formas de culto que fogem dos princípios estabelecidos nas Escrituras.

Ceder o espaço de orações e culto para o “hip hop” faz parte do conjunto de ações que o inimigo intitulou de “Evangelismo Estratégico”, em que cabe até um grupo de “street dance” para animar a festa. Vale tudo na guerra por uma alma perdida. Muitos Pastores não têm dúvidas quanto a isso: “É um jeito de chamar os jovens para ouvir a Palavra de Deus. Se eu chegar assim, na rua, e ficar convidando as pessoas pra igreja, você acha que elas entram? Não entram. Mas tem gente que passa, ouve um som legal, vê um monte de gente bacana na porta, aí entra e acaba aceitando a Palavra, conclui o defensor de tais práticas.

A tática não é nova. Assim como as boates comuns, onde a ortodoxia é a farra, os “inferninhos de deus” têm sua raiz nos Estados Unidos. No final da década de 60, o pastor Arthur Blessitt, da Flórida, era corroído por questões como “Is there room for Jesus Christ on the Sunset Boulevard? – ou seja, sua intenção era nada menos que plantar, no seio do pecado e da devassidão, o que o saudoso Tim Tones (personagem de Chico Anysio) chamaria de “OÁSIS NO DESERTO DO AMOR”.

Depois de ser expulso várias vezes e solenemente ignorado outras tantas, Blessitt conseguiu convencer o rei das noites do rock local, Bill Gazzarri, dono de um dos clubes mais bombantes do Sunset Boulevard, a deixá-lo falar para as platéias da boate. Com isso, surgiu a idéia luminosa de criar boates para os fiéis, onde eles louvariam Cristo até o sol raiar, com direito ao “Rock Gospel” que começava a surgir nas regiões dos Estados Unidos onde o fervor religioso era mais forte.

Blessitt transformou um prédio de nove salas no endereço 8913 Sunset Boulevard, alugado a U$ 400 ao mês, na boate evangélica “His Place” (Seu Lugar). Lá, ex-degenerados de diferentes faixas etárias comungavam em torno de bebidas sem álcool distribuídas em copinhos de plástico. Em 1969, quando foi despejado do clube, Blessitt fez jejum durante 28 dias até que lhe cedessem um novo espaço no “Sunset Strip”. Seja feita a vossa vontade, disseram as autoridades contrariadas.

Vou parar meus argumentos por aqui, espero apenas que os defensores deste cristianismo de fachada procurem na história o sentido de suas práticas que sutilmente estão sendo semeadas no seio da religião cristã. O alerta vermelho já foi acionado, o perigo ronda a estrutura do cristianismo ensinado nos Atos dos Apóstolos e só uma reação enérgica poderá retirar seio da religião os genéricos da fé que ameaçam destruir o que de melhor foi ensinado por Cristo nos seus ensinos.

Fé genuína não se compra e não se vende; ela não se encontra nos armazéns da religião espalhados pelas esquinas da vida; ela é lapidada através de uma relação perfeita e harmoniosa com Deus e seus ensinos. Para isto fomos resgatados do pecado onde o preço pago “DEVERIA” superar as ofertas de negociatas e de liquidações religiosas feitas por Satanás. Deveria sim, pois há muitas igrejas aceitando as ofertas do inimigo e rejeitando a gratuidade do sangue derramado na cruz do calvário. Optam por atender aos anseios dos olhos e não aos apelos do coração fazendo se seus cultos verdadeiros espetáculos de religiosidade, vazios e sem qualquer conteúdo

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